A arte do crochê

 

A arte do Crochê é o processo de criação de tecidos usando uma agulha em forma de gancho e algum tipo de fio contínuo, criando uma trama que entrelaçada, pode se transformar em verdadeira obra de arte.

A origem da palavra crochê, vem do francês, de “croc”, que significa gancho. Porém, a arte, segundo pesquisadores, vem da pré-história e incialmente seus trabalhos foram desenvolvidos para artefatos de caça e pesca, e só muito mais tarde, incorporado ao vestuário e decoração.

Ao longo do tempo, o crochê se transformou em uma das mais apreciadas chamadas artes manuais, passado de geração em geração, enriquecido pela genialidade de suas artesãs.

Com a palavra, a artesã...

“Meu nome é Solange Maria da Silva, sou conhecida como Sol!

Comecei no mundo dos fios e agulhas desde muito cedo, foi um aprendizado de mãe pra filha, minha mãe hoje com 105 anos sempre fez crochê, até seus 100 anos ela me ajudava com essa arte!

Minhas peças são feitas a mão e com o coração, quando uma cliente compra, não está levando somente uma peça de crochê, está indo junto toda minha vivência até esse momento, minhas conquistas, meus fracassos, minhas alegrias e minhas tristezas, tudo que me tornou essa artesã que sou hoje!!!

Me inspiro em tudo ao meu redor, olho as construções, a natureza, tenho a necessidade de fugir do mesmo!

Almejo que um dia o artesão não seja visto como uma pessoa que ficou desempregado e não tinha como se manter financeiramente e foi fazer artesanato, e sim, uma pessoa que tem um dom e transforma isso em arte que encanta aos olhos!”

 


Artesanato em casca de coco

De origem desconhecida o coco chegou ao Brasil no século XVI pelas mãos dos portugueses e é no Nordeste que se encontra sua maior área cultivável e produção.

Dizem que do coqueiro nada se perde, praticamente todas suas partes são reaproveitáveis. Mas é com a casca, ou quenga como se diz popularmente, que o artesão com seu talento e criatividade, trabalha para transformar um rejeito de produção da indústria do Coco em peças como biojóias, jogos americanos, porta- guardanapos, etc. São peças únicas, exclusivas, que trazem não só beleza, mas também a expressão de suas tradições e culturas regionais.

Com a palavra, o artesão...

“Me chamo Francisco Gonçalves Martins, sou mais conhecido como Neto do Coco. Eu há 34 anos trabalho com a quenga do coco, com todo tipo de artesanato, colares, cintos, brincos, faço caneca, jogo americano. Graças a Deus, a gente tem lutado muito, as dificuldades são grandes, mas tem dado certo. Eu sou daquele tipo que nunca desiste, sempre insisti, persisti, mas nunca desisti do meu objetivo que é a arte, a arte é tudo para mim. Com a arte criei minha família todinha, consegui tudo o que eu tenho através do artesanato. O artesanato feito com a casca do coco, minha matéria prima sempre foi a casca do coco, nunca sai dessa tipologia. Graças a Deus tem dado certo, e espero que continue assim.

Meu sonho desde que comecei é arrumar parceiros que divulguem nosso trabalho, porque é um trabalho 100 por cento artesanal com muitas ideias, mas sem apoio, estrutura, não conseguiremos.”

 


Renda de Bilro

A renda de Bilro é feita sobre uma almofada em forma de cilindro recheada de palha sobre a qual é colocado um cartão perfurado com o desenho da renda. Os fios são manejados através de pequenas peças, o bilro, com movimentos rotativos e alternados entre alfinetes espetados nos furos do cartão. Herança portuguesa, no litoral do Ceará ela sempre foi feita principalmente pelas artesãs mulheres dos pescadores. Diz-se que elas tentavam traduzir os desenhos da espuma das ondas que são formados na areia fina enquanto esperavam por seus pais e maridos nas suas longas jornadas no mar. Tradição passada de mãe para filha, hoje muitas artesãs se unem para preservar essa arte que se perpetua através de gerações.

Com a palavra, a artesã...

“Sou Maria Hilda de Sousa Martins, a Hilda. Minha relação com a renda começou quando minha mãe me ensinou aos dez anos de idade. Tanto aprendi como também vendia a renda na beira da praia e nas casas de veraneio.

Em certa época de minha vida, fui morar no Rio de Janeiro e lá passei 8 anos, depois morei em São Paulo uns 25 anos, voltando para minha terra em 2000.

Aí me engajei na associação de rendeiras da Prainha, onde somos além de minha mãe de 75 anos, mais 35 associadas. Ficamos situadas no Centro Luiza Távora na Prainha em Aquiraz. Minha inspiração é minha mãe, porque vejo que a renda de bilro é como se fosse o coração dela, se ela parar de fazer, acaba-se.

Meu sonho é ver um dia rendeiras se aposentarem como rendeiras, que chegue essa lei, que oficialize como profissão. E sonho também em poder divulgar e vender essa renda de bilro para o mundo ainda mais.”